sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013



EM ALGUMA ENCHENTE DO PASSADO... ROMI ISETTA

Em 9 de abril de 1953 a empresa italiana Iso Automotoveicoli, fabricante de motocicletas e triciclos comerciais, apresentou no salão de Turim um projeto iniciado em 1952 denominado Isetta, que consistia em um automóvel de baixo custo, voltado para a realidade da economia do pós-guerra italiano. Projetado pelo engenheiro aeronáutico Ermenegildo Preti e seu colaborador Pierluigi Raggi.Possuía características peculiares, como porta frontal para facilitar o acesso ao interior do veículo, pequenas dimensões, boa dirigibilidade e performance suficiente para a época. 

No brasil ,fabricar automóveis era uma prioridade do presidente Juscelino Kubitschek.
Prometendo realizar " 50 anos em 5 ", JK assinou em 16 de maio de 1956 o decreto nº 39.412, que criava o Grupo Executivo da Indústria Automobilística (GEIA), comandado pelo ministro de Viação e Obras Públicas, o almirante Lúcio Meira; um lutador pelos veículos nacionais. Coube ao GEIA estabelecer as regras para implementação da indústria automobilística brasileira. 

Em 1955, a Iso concedeu os direitos de produção do Isetta para a empresa brasileira Indústrias Romi S.A., fabricante de máquinas industriais e agrícolas fundada em 1930 pelo comendador Américo Emílio Romi e seu enteado Carlos Chiti, com sede em Santa Bárbara d'Oeste (SP ).
Ainda em 1955, foi publicada a notícia no jornal Diário de São Paulo em 28 de agosto de 1955, informando que as indústrias Romi produziriam o Romi-Isetta no país. Lançado em 5 de setembro de 1956, o Romi-Isetta se consistiu no primeiro automóvel de passeio de fato fabricado em território brasileiro. 

O Isetta era bastante ágil nas manobras urbanas e completava um giro em um diâmetro de apenas oito metros.
A porta única era praticamente toda a frente do veículo, englobando o pára-brisa, seu limpador também único, o painel e o volante que articulado por uma junta universal, deslocava-se para fora junto da porta. Pequenos faróis redondos a ladeavam, enquanto as janelas laterais corriam e o teto de tecido podia ser recolhido para ventilar o compacto interior. O motor era lateral-traseiro,com saídas de ar redondas na lateral e as rodas mediam apenas 10 pol. de aro. 

A estratégia de publicidade adotada pelo fabricante visava expor o modelo a diferentes públicos: de segundo carro para a família ao estudante universitário. Algumas peças publicitárias foram criadas visando o público feminino, como por exemplo o anúncio que exibia uma mulher saindo de uma gaiola para entrar em um Romi-Isetta, com os dizeres "agora sou livre". 

Em 1959 morria Américo Emílio Romi, seu grande defensor dentro da empresa, e dois anos depois o Isetta era descontinuado.
Ao todo, no período de 1956 até 1961, foram fabricadas cerca de três mil unidades no Brasil.

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